01/07/2009

APÓSTOLO PAULO SEPULTADO EM ROMA

“Estou persuadido de que Ele tem poder para guardar o bem que me foi confiado”
Paulo (Saulo), judeu de Tarso, na Cilícia, e cidadão romano, chamado por Jesus para ser um dos apóstolos quando se dirigia a Damasco para organizar a perseguição contra os cristãos, está sepultado em Roma. Ele chegou à capital do Império na primavera de 63, prisioneiro, para ser submetido ao julgamento de Nero, ao qual apelara, enquanto cidadão romano, depois de sua prisão em Jerusalém, em 58, acusado por alguns judeus de ter ultrajado a lei de Moisés. A viagem de Paulo é descrita por Lucas, que o acompanhou, nos Atos dos Apóstolos (Act. 27, 1-44): de navio até Malta, chegando primeiro às ilhas de Chipre e de Creta, depois a Siracusa, Régio e Putéoli, ou seja, por toda a Via Ápia até Forum Appi (perto de Terracina) e as Tres Tabernae (Pizzo Cardinale, a poucos quilômetros da atual Cisterna), localidades nas quais vieram a seu encontro os cristãos de Roma, para, enfim, chegar à Urbe. Na capital do Império, ficou sob custodia militaris (ou seja, livre para morar em sua casa, mas sob a vigilância de um soldado), à espera do processo, que provavelmente não se realizou, pois seus acusadores não se apresentaram em Roma. Uma tradição indica como morada de Paulo um edifício no Tibre, onde hoje vemos a igreja de São Paulo em Regra (as pesquisas arqueológicas realizadas até hoje confirmam aí a existência de edificações romanas do final do século I d.C.); houve quem quisesse indicar uma outra residência do apóstolo, num período seguinte, perto na domus de Áquila e Priscila, no Aventino, lugar em que hoje vemos a igreja dedicada a Santa Prisca. No ano de 66 ou 67, quando foi processado e condenado ao martírio por decapitação. Algumas das palavras do apóstolo dirigidas a Timóteo testemunham o seu sentimento de abandono e sua solidão: “Demas me abandonou por amor do mundo presente. Ele partiu para Tessalónica” (2Tm 4, 10); “Somente Lucas está comigo” (2Tm 4, 11); “Na primeira vez em que apresentei a minha defesa ninguém me assistiu, todos me abandonaram. Que isto não lhes seja imputado” (2Tm 4, 16). Há três anos foi encontrado um sascófago na Basílica de São Paulo Extramuros, em Roma, uma equipa de arqueólogos desde então (2006) têm desenvolvido um aturado trabalho com os mais sofisticados meios para datar os ossos que aí foram encontrados.

A confirmação foi feita domingo à tarde (28/06/2009) pelo Papa Bento XVI: "No sarcófago de pedra que nunca antes tinha sido aberto foi descoberto material e restos de ossos humanos com a ajuda de uma sonda introduzida por um pequeno orifício. Tudo parece confirmar a tradição unânime e incontestada de que são os restos do apóstolo Paulo. Esta descoberta comove-nos profundamente."

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