29/09/2009

A IMPORTÂNCIA DA ARQUEOLOGIA NO CONTEXTO BÍBLICO

A arqueologia é um ramo da ciência que procura recuperar o ambiente histórico e a cultura dos povos antigos através de escavações e do estudo de documentos por eles deixados. Em termos académicos, é importante diferenciar a arqueologia histórica daquela chamada paleontologia que lida mais directamente com formas pré-diluvianas, a saber os fósseis.
No que diz respeito ao conhecimento científico das primeiras civilizações que vieram depois de Noé, a arqueologia tem contribuido para encontrar e divulgar arquivos, documentos, artefactos e objectos comuns que lançam luz sobre a vida comercial, religiosa e social de povos até então desconhecidos ou apenas mencionados de passagem na Bíblia ou em autores clássicos da Grécia e de Roma.
Quanto às Sagradas Escrituras, é notório entre muitos especialistas que as escavações no Próximo Oriente têm, em geral, confirmado o quadro histórico que o referido livro apresenta. Contudo, em relação à teologia subjacente por detrás do texto, é digno de nota que não cabe à arqueologia pronunciar-se a esse respeito. Foge à alçada de qualquer ciência emitir julgamento sobre verdades que demandam uma atitude de fé.
Logo, no que diz respeito à Bíblia Sagrada, será impossível pela arqueologia "provar", em termos de método científico, que Deus existe, que Ele criou o mundo, que há uma Trindade no Céu, etc., o seu papel limita-se à verificação da autenticidade dos factos narrados na Bíblia, o que contribui com a expectativa de que, se a história descrita for real, a mensagem religiosa que a permeia também o será. Por outro lado, se a arqueologia apresentasse elementos que desmentissem o relato escrito pelos profetas, então, automaticamente estaria posta em dúvida a fiabilidade da doutrina transmitida.
É importante salientar que o Génesis é a mola mestra de toda a visão cristã do cosmos, não só cristã, mas também do judaísmo e do islamismo, religiões que, juntas, perfazem quase a metade da população mundial. Falando especificamente da teologia cristã, especialistas em Novo Testamento dizem que a doutrina de Cristo está edificada sobre a revelação do Antigo Testamento, que, por sua vez, repousa inteiramente sobre o relato do Génesis. Se a história do Éden não aconteceu de facto, então a humanidade não cometeu o chamado "pecado original" e não teria necessidade de um Salvador. Ou seja, a crença na morte expiatória de Cristo perde completamente o seu significado.A pergunta, portanto, que a teologia dirige ao arqueólogo e sua ferramenta é: podem as escavações contribuir de alguma forma para a confirmação e aceitação do relato das Escrituras Sagradas? A resposta é Sim, embora seja reconhecido que ainda não foram descobertos nem 20% do grande tesouro arqueológico que permanece oculto sob o solo de países como o Egipto, Israel, Líbano, Iraque e outros.

26/09/2009

GOBEKLI TEPE

Göbekli Tepe ("Monte com Barriga" em turco) é o topo de uma colina onde foi encontrado um santuário, no ponto mais alto de um encadeamento montanhoso que forma a porção mais a sudeste dos montes Tauro, a aproximadamente 15km a nordeste de Şanlıurfa (Urfa) no sudeste da Turquia. O tel tem 15 metros de altura por 300 de diâmetro. O sítio arqueológico, que está sendo escavado por arqueólogos alemães e turcos, foi construído por caçadores-coletores no décimo milénio a.C., antes do advento do sedentarismo. Junto com o sítio de Nevalı Çori, revolucionou o conhecimento do neolítico e as teorias sobre o início da civilização. As descobertas também têm um importante impacto sobre a história das religiões. Tem se especulado na mídia popular estrangeira e em blogs conexões com o Jardim do Éden bíblico
Descoberta
Göbekli Tepe já havia sido notada por uma pesquisa arqueológica norte-americana em 1964, que reconheceu que a colina não poderia ser inteiramente natural, mas presumiu que anomalias do terreno eram apenas um cemitério bizantino abandonado. Desde 1994 escavações tem sido conduzidas pelo Instituto Arqueológico Alemão e pelo Museu de Şanlıurfa, sob a direcção do arqueólogo alemão Klaus Schmidt (1995-2000: Universidade de Heidelberg, desde 2001: Instituto Arqueológico Alemão). Schmidt diz que os fragmentos de rocha na superfície do monte fizeram com que tivesse certeza de que se tratava de um sítio pré-histórico. Antes disso o monte estava ocupado por culturas agrícolas. Gerações de habitantes locais frequentemente moviam rochas e as empilhavam para limpar o terreno e muita evidência arqueológica pode ter sido destruída no processo. Académicos da Universidade Karlsruhe de Ciência Aplicada começaram a documentar os restos arquitectónicos. Logo foram descobertos pilares em forma de T, alguns dos quais apresentando sinais de tentativas de esmagamento.
O complexo
Um pilar com um alto-relevo de uma raposa.
As escavações sugerem fortemente que Göbekli Tepe era um local de culto - o mais antigo já descoberto até hoje. Até que as escavações tivessem começado, não se imaginava possível um complexo nessa escala para uma comunidade tão antiga. A grande sequência de camadas estratificadas sugere muitos milénios de actividade, talvez desde o mesolítico. A camada com indícios de ocupação humana mais antiga (stratum III) continha pilares monolíticos ligados por paredes construídas grosseiramente para formar estruturas circulares ou ovais. Até agora, quatro construções como essas foram desenterradas, com diâmetros entre 10 e 30 metros. Pesquisa geofísicas indicam a existência de mais 16 estruturas.
O stratum II, datado do Neolítico Pré-Cerâmico B (PPNB, na sigla em inglês, 7.500 - 6.000 a.C), revelaram várias câmaras retangulares adjacentes com pisos de cal polido, reminiscências de pisos em estilo 'terrazzo' romanos. A camada mais recente consiste de sedimentos depositados pela erosão e pela actividade agrícola.
Os monolíticos são decorados com relevos esculpidos de animais e pictogramas abstractos. Esses sinais não podem ser classificados como escrita, mas podem representar símbolos sagrados amplamente compreendidos, por analogia com outros exemplos de arte rupestre do neolítico.
Os relevos representam leões, touros, raposas, gazelas, burros, serpentes e outros répteis, insectos, aracnídeos e pássaros, particularmente abutres e aves aquáticas. Abutres aparecem com destaque na iconografia de Çatalhüyük não muito longe dali. Acredita-se que nas culturas neolíticas do sudeste da Anatólia os mortos eram deliberadamente expostos para serem devorados por abutres e depois enterrados. (A cabeça do cadáver era às vezes removida e preservada - possivelmente como um sinal de culto aos ancestrais).
Poucas formas humanóides foram desenterradas em Göbekli Tepe mas estas incluem relevos de uma Venus accueillante — o termo de Schmidt para uma mulher em uma pose sexualmente provocativa — e pelo menos um cadáver decapitado cercado de abutres. Alguns dos pilares em forma de 'T' tem 'braços' esculpidos, o que pode indicar que eles representam humanos estilizados. Outro pilar é decorado com mãos humanas no que poderia ser interpretado como um gesto de oração, com uma estola ou sobrepeliz gravada acima, o que pode representar um sacerdote.

24/09/2009

FOTOS E HISTÓRIA DE LÁQUIS

C.C. Torrey foi professor da conceituada Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Numa das muitas entrevistas que deu, anunciou a publicação de um estudo que desmentiria completamente o livro de Ezequiel e o contexto histórico que o circundava. O título da obra, Pseudo-Ezekiel and the Original Prophecy (O Falso Ezequiel e a profecia original), já dava uma boa ideia do seu conteúdo minimalista.
Muitos correram para adquirir o best-seller, pois Torrey era, já, conhecido por publicar outros livros polémicos sobre a Bíblia. Ele e os seus seguidores já haviam lançado dúvidas sobre o cerco de Nabucodonosor a Jerusalém, desacreditando, inclusive, que tivesse havido um "cativeiro babilónico" e um retorno dos judeus.
Antes dele, outros cépticos oriundos do racionalismo e do iluminismo alemão tinham posto em dúvida a existência da própria cidade de Babilónia! Apesar de historiadores extra-bíblicos como Beroso e Heródoto a mencionarem nos seus escritos, a cultura racionalista do século 18 parecia ter um fascínio em usar e abusar do argumento “é de carácter religioso” e desta maneira derrubavam as passagens da Bíblia que falavam da grande cidade. Foi preciso mais de um século de espera até que, em 1898, o arquitecto e arqueólogo alemão, Robert Koldewey, desenterrasse a cidade sob a colina de Hillah e provasse não somente sua existência, mas o seu gigantesco tamanho em relação às proporções da época.
No caso de Torrey, entretanto, apenas oito anos após a publicação de seu livro, foi verificada a incoerência daquilo que ele dizia (apesar de ser professor de Yale!). Uma equipa britânica escavava a impressionante elevação de Tell edh-Duweir, situada entre Debrum e Ascalom, quando perceberam que se tratava da antiga cidade de Laquis mencionada mais de vinte vezes no Antigo Testamento (Exemplo: Josué 10:3, 5, 31-35; 12:11; 15:39; 2ª Reis 14:19; 18:14, 17; 2ª Crónicas 11:9; 25:27; 32:9; Neemias 11:30; Isaías 36:2; Jer. 34:7 etc). Sua evidência histórica já havia sido firmada desde o achado dos relevos de conquista do palácio de Senaqueribe, em Nínive. Mas sua localização ainda era uma incógnita.
A fortaleza encontrada em Tell edh-Duweir indicava claramente que, além do ataque assírio de Senaqueribe em 701 a.C., a cidade também sofrera, juntamente com outras cidadelas da Judeia, ataques repetidos nos dias de Nabucodonosor, o que aumentava a probabilidade de terem sido, realmente, os babilónios que saquearam a região, conforme o relato bíblico. A evidência estava tanto ali como noutras cidades escavadas na região como Eglon, Beth-shemesh, En Gedi, Gibeah e Arad.

IMPORTANTES CONTRIBUIÇÕES DA ARQUEOLOGIA SOBRE A COMPREENSÃO DA BÍBLIA

Desde o advento do método científico, e a consequente mudança nos aspectos da compreensão racional, muitos questionamentos têm sido levantados quanto à validade histórica da narrativa bíblica. Especialmente durante o Iluminismo Alemão (séc. 18), a força maior do método crítico histórico pesava sobre a falta de evidências fora da Bíblia que validassem a história por ela descrita.
Uma vez que a Bíblia é um livro religioso, assim argumentavam muitos pensadores, não faz nenhum sentido tomá-la ao pé da letra, refutando o seu conteúdo por falta de genuína fonte de acontecimentos reais. Contudo, é interessante notar que esse princípio de avaliação crítica não foi empregue com o mesmo rigor sobre outros tipos de documentos antigos, muito embora vários deles também sejam de natureza religiosa. Heinrich Schliermann não pôde provar que Heitor e Páris de fato estiveram na cidade de Tróia, mas as suas alegações não foram tão criticadas quanto à teoria de Sir L. Wooley, ao afirmar que o nome Abraão, encontrado nas ruínas de Ur, pudesse ser uma referência ao patriarca hebreu.
Embora não seja possível confirmar cada incidente descrito na Bíblia, é possível afirmar que os achados arqueológicos têm, desde o século 18, contribuído grandemente para a confirmação da história contada pelos escritores canónicos. Para os que procuram defender a integridade bíblica, é provável que a mais importante contribuição da arqueologia seja a de silenciar críticos que, vez por outra, se apresentam tentando pôr em cheque a confiança nas Escrituras. Alguns deles são até constrangidos a reconhecer os seus erros e, nalguns casos, chegam a converter-se em defensores da fé. Esta, pelo menos, foi a experiência de escritores como Austin Miles, autor do antibíblico bestseller Don’t call me a brother (Não me chame irmão) que posteriormente mudou a sua posição e hoje é um grande defensor da historicidade das Escrituras.
Wayne Jackson (CLIQUE) sistematizou em cinco pontos as contribuições da arqueologia para o entendimento e confirmação da narrativa bíblica. Ele diz: "A ciência da arqueologia tem sido uma grande benfeitora dos estudantes da Bíblia. Ela tem:
(1) Ajudado na identificação dos lugares e no estabelecimento de datas;
(2) Contribuído para o melhor conhecimento de antigos costumes e idiomas;
(3) Tem clarificado o significado de numerosas palavras bíblicas;
(4) Aumentado o nosso entendimento sobre certos pontos doutrinários do Novo Testamento;
(5) Silenciou progressivamente certos críticos que não aceitavam a inspiração da Palavra de Deus." Biblical Studies in the Light of Archaeology (Montgomery, AL: Apologetics Press, 1982), p. 4 e 5.

21/09/2009

ESCULTURA ENCONTRADA NUM TÚMULO EM BELÉM (7a.C)

Será a deusa Astarte? Embora este exemplar possa ser datado por volta do século VII aC, essta e outras figuras foram fabricados durante a Idade do Ferro (cerca de 1200-539 aC). A maioria dos exemplos dados são do sexo feminino e masculino são raramente encontrados. As figuras podem estar relacionados a um culto da fertilidade associado à deusa Astarte, uma deusa da fertilidade dos antigos cananeus. Em alguns casos, o pilar é encimado por um pássaro com asas estendidas. Figuras de barro vieram à luz em grande número em todas as escavações no Levante do sul, mas são mais abundantes em Jerusalém, onde centenas foram encontrados. As poucas figuras que foram preservadas, como esta, estava num túmulo. Quase nenhum exemplos completos foram encontrados em casas. É interessante que esses números continuaram a ser feitas ao longo da Idade do Ferro, apesar das proibições religiosas no Antigo Testamento contra o culto - ou mesmo a representação - de outros deuses segundo a ordem do Senhor. T.C. Mitchell, A Bíblia no Museu Britânico (Londres, The British Museum Press, 1988) J.N. Tubb, cananeus (Londres, The British Museum Press, 1998)

O OBELISCO NEGRO DE SHALMANESER III (854-824 aC).

O arqueólogo Henry Layard descobriu este obelisco de pedra negra, em 1846, durante as suas escavações do sítio de Kalhu, a antiga capital assíria. Foi erguido um monumento público em 825 aC numa época de guerra civil. As esculturas em relevo glorificam as conquistas do rei Shalmaneser III (reinou de 858-824 aC). Ele enumera as suas campanhas militares de trinta e um anos e que o tributo que exigiu aos seus vizinhos, incluindo camelos, macacos, um elefante e um rinoceronte. Reis assírios, muitas vezes recolhidos animais e plantas exóticas, como expressão de seu poder. Há cinco cenas de homenagem, cada qual ocupa quatro painéis em volta do rosto do obelisco e é identificado por uma linha de escrita cuneiforme acima do painel. De cima para baixo são eles: Sua de Gilzanu (no noroeste do Irão) Jeú de Bit Omri (antigo norte de Israel) Uma régua de Musri sem nome (provavelmente Egipto) Marduk-apil-usur de Suhi (Médio Eufrates, Síria e Iraque) Qalparunda de Patin (região de Antakya, na Turquia) O segundo registo a partir do topo inclui a imagem mais antiga sobrevivente de um israelita: a Jeú bíblica, rei de Israel, trouxe ou mandou o seu tributo em cerca de 841 aC. Acabe, filho de Omri, rei de Israel, tinham perdido a vida na batalha há alguns anos, lutando contra o rei de Damasco, em Ramote-Gileade (2ªReis 8:28,29; 2ª Crónicas 22:5,6). O seu segundo filho (Joram) foi sucedido por Jeú, um usurpador, que rompeu a aliança com a Fenícia e Judá, e submetidos a Assíria. A legenda acima da cena, escrito em cuneiforme assíria, pode ser traduzido O tributo de Jeú, filho de Omri: eu recebi dele prata, ouro, uma tigela de ouro, um vaso de ouro com fundo aguçado, copos de ouro, baldes de ouro, estanho, um pessoal de um rei [e] lanças. JE Reade, escultura assíria-1 (Londres, The British Museum Press, 1998) T.C. Mitchell, A Bíblia no Museu Britânico (Londres, The British Museum Press, 1988) D. Luckenbill, registros antigos da Assíria e (, 1927 (reprinted 1989)

02/09/2009

NINIVE, BABILÓNIA E EBLA

NINIVE
Nínive foi a capital da Assíria que inspirou o terror em todo o antigo Médio Oriente por mais de 15 séculos. A Bíblia a chamou de "cidade sanguinária, toda cheia de mentiras e de roubo e que não solta a sua presa" (Na 3:1). Foi contra ela que Jonas certa vez levantou sua pregação, que felizmente resultou na conversão do povo e do rei da época. Muitos duvidavam da existência de Nínive, que foi descoberta nas escavações arqueológicas de Austen H. Layard realizadas entre 1845 e 1857.
Quando Nínive estava no seu apogeu, e, portanto, no seu período de maior violência, outro profeta de Deus declarou: "[O Senhor] fará de Nínive uma desolação e terra seca como o deserto. No meio desta cidade repousarão os rebanhos e todos os animais em bandos alojar-se-ão nos seus capitéis tanto o pelicano como o ouriço; A voz das aves retinirá nas janelas, o monturo estará nos limiares, porque já lhe arrancaram o madeiramento de cedro" (Sf 2:13 e 14). Actualmente, os visitantes vêem apenas uma elevação de terreno que marca o lugar desolado da antiga Nínive. Além disso, ali pastam rebanhos de ovelhas até hoje, conforme fora predito.
C.C. Torrey foi professor da conceituada Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Em uma de suas entrevistas ele anunciou a publicação de um estudo que desmentiria completamente o livro de Ezequiel e o contexto histórico que o circundava. O título da obra, Pseudo-Ezekiel and the Original Prophecy (O Falso Ezequiel e a profecia original), já dava uma boa ideia de seu conteúdo minimalista.
Muitos correram para adquirir o best-seller, pois Torrey era, já, conhecido por publicar outros livros polémicos sobre a Bíblia. Ele e seus seguidores já haviam lançado dúvidas sobre o cerco de Nabucodonosor a Jerusalém, desacreditando, inclusive, que houvesse mesmo havido um "cativeiro babilónico" e um retorno dos judeus sob o governo de Ciro.

BABILÓNIA





Antes dele, outros cépticos oriundos do racionalismo e do iluminismo alemão tinham posto em dúvida a existência da própria cidade de Babilónia! Apesar de historiadores extra-bíblicos como Beroso e Heródoto a mencionarem em seus escritos, a cultura racionalista do século 18 parecia ter um fascínio em usar sua não descoberta como argumento para negar passagens da Bíblia que falavam da grande cidade. Foi preciso mais de um século de espera até que, em 1898, o arquitecto e arqueólogo alemão, Robert Koldewey, desenterrasse a cidade sob a colina de Hillah e provasse não somente sua existência, mas seu gigantesco tamanho em relação às proporções da época.
No caso de Torrey, entretanto, apenas oito anos após a publicação de seu livro, foi verificada a impropriedade daquilo que ele dizia (apesar de ser professor de Yale!). Uma equipe britânica estava escavando a impressionante elevação de Tell edh-Duweir, situada entre Debrum e Ascalom, quando perceberam que se tratava da antiga cidade de Laquis mencionada mais de vinte vezes no Antigo Testamento (Exemplo: Js 10:3, 5, 31-35; 12:11; 15:39; 2Rs 14:19; 18:14, 17; 2Cr 11:9; 25:27; 32:9; Ne 11:30; Is 36:2; Jr 34:7 etc). Sua evidência histórica já havia sido firmada desde o achado dos relevos de conquista do palácio de Senaqueribe, em Nínive. Mas sua localização ainda era uma incógnita.
A fortaleza encontrada em Tell edh-Duweir indicava claramente que, além do ataque assírio de Senaqueribe em 701 a.C., a cidade também sofrera, juntamente com outras cidadelas da Judéia, um massivo ataque seqüencial ocorrido nos dias de Nabucodonosor, o que aumentava a probabilidade de terem sido, realmente, os babilónios que saquearam a região, conforme o relato bíblico. A evidência estava tanto ali quanto em outras cidades escavadas na região como Eglon, Beth-shemesh, En Gedi, Gibeah e Arad.

EBLA
Outro grande achado arqueológico foi a descoberta dos Tabletes de Ebla, no norte da Síria em 1974. Dessa verdadeira biblioteca da antiguidade foram recuperadas 14 mil tabuinhas de argila datadas em torno de 2.300 a 2.000 anos a.C., que é justamente o tempo dos patriarcas. As tábuas descrevem uma cultura e um modo de viver similar ao registrado em Génesis entre os capítulos 12 e 50, o que comprova a acurada historicidade do Génesis. A descoberta dos arquivos de Ebla confirmou que a descrição do Génesis quanto a nomes de pessoas e cidades é bastante razoável e neles há bons exemplos de nomes e localidades do período patriarcal até então vistos somente na Bíblia. Entre esses figuram nomes próprios como Adão, Eva, Miguel, Israel, Noé (embora a decifração possa ter uma ou outra variante segundo os especialistas em escrita cuneiforme). Há também nomes de localidades como, por exemplo, a cidade de Sodoma (caso se aceite a interpretação de G. Petinnato, especialista em assiriologia). E, por fim, temos, possivelmente, uma transcrição abreviada do tetragrama sagrado (YHWH) que pode indicar a viabilidade histórica de Génesis 4:26.