24/09/2009

FOTOS E HISTÓRIA DE LÁQUIS

C.C. Torrey foi professor da conceituada Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Numa das muitas entrevistas que deu, anunciou a publicação de um estudo que desmentiria completamente o livro de Ezequiel e o contexto histórico que o circundava. O título da obra, Pseudo-Ezekiel and the Original Prophecy (O Falso Ezequiel e a profecia original), já dava uma boa ideia do seu conteúdo minimalista.
Muitos correram para adquirir o best-seller, pois Torrey era, já, conhecido por publicar outros livros polémicos sobre a Bíblia. Ele e os seus seguidores já haviam lançado dúvidas sobre o cerco de Nabucodonosor a Jerusalém, desacreditando, inclusive, que tivesse havido um "cativeiro babilónico" e um retorno dos judeus.
Antes dele, outros cépticos oriundos do racionalismo e do iluminismo alemão tinham posto em dúvida a existência da própria cidade de Babilónia! Apesar de historiadores extra-bíblicos como Beroso e Heródoto a mencionarem nos seus escritos, a cultura racionalista do século 18 parecia ter um fascínio em usar e abusar do argumento “é de carácter religioso” e desta maneira derrubavam as passagens da Bíblia que falavam da grande cidade. Foi preciso mais de um século de espera até que, em 1898, o arquitecto e arqueólogo alemão, Robert Koldewey, desenterrasse a cidade sob a colina de Hillah e provasse não somente sua existência, mas o seu gigantesco tamanho em relação às proporções da época.
No caso de Torrey, entretanto, apenas oito anos após a publicação de seu livro, foi verificada a incoerência daquilo que ele dizia (apesar de ser professor de Yale!). Uma equipa britânica escavava a impressionante elevação de Tell edh-Duweir, situada entre Debrum e Ascalom, quando perceberam que se tratava da antiga cidade de Laquis mencionada mais de vinte vezes no Antigo Testamento (Exemplo: Josué 10:3, 5, 31-35; 12:11; 15:39; 2ª Reis 14:19; 18:14, 17; 2ª Crónicas 11:9; 25:27; 32:9; Neemias 11:30; Isaías 36:2; Jer. 34:7 etc). Sua evidência histórica já havia sido firmada desde o achado dos relevos de conquista do palácio de Senaqueribe, em Nínive. Mas sua localização ainda era uma incógnita.
A fortaleza encontrada em Tell edh-Duweir indicava claramente que, além do ataque assírio de Senaqueribe em 701 a.C., a cidade também sofrera, juntamente com outras cidadelas da Judeia, ataques repetidos nos dias de Nabucodonosor, o que aumentava a probabilidade de terem sido, realmente, os babilónios que saquearam a região, conforme o relato bíblico. A evidência estava tanto ali como noutras cidades escavadas na região como Eglon, Beth-shemesh, En Gedi, Gibeah e Arad.

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