21/10/2010

A INVASÃO DE SENAQUERIBE




Prisma de Taylor,
que descreve
o ataque a Jerusalém
por Senaqueribe.
 
Chegada ao tanque de
Siloé.
Depois do cerco e queda de Samaria, os poderosos exércitos assírios dirigiram-se para Judá, o reino do Sul. A sua intenção era irem até ao Egipto. Nessa época, reinava em Judá Ezequias, um rei justo e bom. O profeta Isaías aconselhou-o a manter a sua confiança: o Deus de Israel salvaria Judá dos seus inimigos. Ezequias preparou-se, portanto, para resistir, a fim de libertar o seu povo das influências assírias. Tomou medidas destinadas a defender Jerusalém contra o ataque inevitável dos assírios. Os vestígios arqueológicos desses preparativos são espectaculares. Desde a época de Salomão que não tinha havido tantos trabalhos de construção. Era sobretudo o campo de refugiados a Oeste da cidade que representava um problema. Como é que Ezequias podia protegê-lo contra a violência assíria? Foi encontrada uma muralha maciça, com a espessura de sete metros. Tinha sido construída à volta do campo de refugiados, incluindo assim este último no perímetro da cidade fortificada de Jerusalém. Esta tinha-se tornado uma das maiores cidades da Siro-Palestina. A espessura da muralha mostra que Ezequias tentava proteger-se da maior potência militar da época.
Passeio refrescante num
dia quente de
Verão.
Para o seu abastecimento de água, Jerusalém dependia da fonte de Giom, situada na encosta da colina a Leste da cidade. Esta fonte era particularmente vulnerável, dado que estava situada fora das muralhas. Construir paredes fortificada não era possível. A partir do Monte das Oliveiras, situado nas proximidades, os arqueiros inimigos poderiam facilmente atingir quem fosse buscar água. Era, portanto, imperioso levar a água da fonte de Giom para o interior das muralhas, onde os sitiados poderiam abastecer-se sem correr riscos.
Planta de Jerusalém,
com o traçado
do túnel mandado
escavar por
Ezequias.
Antes da conquista de Jerusalém por David, os jebuseus tinham cavado um pequeno túnel que conduzia a água até ao interior da fortaleza. Mas dado que a sua capital era muito maior, Ezequias devia arranjar um sistema mais eficaz. Começaram a cavar um túnel com mais de 500 metros no terreno rochoso. Esse túnel levou a água para um lugar a Oeste da cidade de David, mas, desta vez, no interior das novas muralhas mandadas construir por Ezequias. Esse lugar, onde se podia conseguir água em completa segurança, foi chamado o tanque de Siloé. Foi aí que, muito mais tarde, Jesus curou um cego. Num certo lugar do túnel, foi descoberta uma inscrição em hebraico que dá informações sobre a realização deste projecto. Duas equipas de operários trabalharam em simultâneo, começando nas duas extremidades do traçado. O troço onde as duas equipas deviam encontrar-se a meio do túnel era muito sinuoso. Utilizando uma tecnologia bastante primitiva, os trabalhadores tiveram que corrigir o traçado inúmeras vezes, a fim de permitirem o encontro da duas equipas. No fim dos trabalhos, a extremidade oeste teve de ser baixada dois metros, de modo a obter um desnível suficiente para que a água se escoasse para o reservatório.
A Bíblia conta como Ezequias mandou construir este túnel e o reservatório (2ª Reis 20:20). Ainda hoje, este túnel é utilizado e pode ser visitado. É um passeio refrescante num dia quente de Verão. Munido de uma lanterna, o visitante atento pode ver, na rocha, as marcas das ferramentas usadas pelos trabalhadores, bem com o lugar onde se encontraram as duas equipas.
Inscrição encontrada no túnel
que descreve os
trabalhos

Dados do Túnel de Ezequias:
533 m./ 1749 pés sob a terra.
320 m./ 1056 pés de superfície.
Altura: 1.1-3-4 m (3.6 pés - 11.22 pés).
Largura: 0.58-0.65 m de largura (1 ¾ -2 pés). Profundidade: 52 m/ 170 pés do topo do morro. Gradiente: 7 pés.
Tempo de construção: 7-9 meses.

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