20/07/2011

AKKAD E BABILÓNIA NA MESOPOTÂMIA

Código de Hamurabi
Os primeiros impérios semitas da Mesopotâmia foram os da dinastia de Akkad, seguidos da primeira dinstia babilónica. Embora algumas cidades sumérias controlassem vastas regiões, nunca atingiram a superfície desses impérios. Sargão o Grande, que viveu por volta de 2300 a.C., foi o fundador do primeiro império que se estendeu do Golfo Pérsico até ao Mediterrâneo. O relato co seu nascimento é muito semelhante ao do nascimento de Moisés. Ele é apresentado como um filho extraconjugal, colocado nuna “arca” e depositado no rio. Um pescador encontra-o, adopta-o e cria-o como seu próprio filho.
Sargão II
Ao Amorreus.
Os reis acadianos que reinaram depois de Sargão, mencionaram um número importante de tribos habitantes do Noroeste da Mesopotâmia (o Norte da Síria actual). Eles denominavam-nos Amorreus, “o povo do Oeste”. Essas tribos, a que a Bíblia chama Amoritas, migraram em massa em duas direcções. Uma parte emigrou para o Seu, em direcção à Palestina, enquanto a outra se dirigiu para o Sul da Mesopotâmia. Para se protegerem contra eles, os acadianos construiram muralhas fortificadas. Em vão. Continuando a chegar em massa, os Amorreus conseguiram finalmente apoderar-se de várias cidades, entre elas a de Babilóniaa. O rei Hamurabi foi um desses Amoritas. Já vimos num post, Abraão, o patriarca, foi
provavelmente também amorita (os que tiverem interessados é só procurar neste blog).
Hamurabi e as suas leis.
Hamurabi
Depois de se tornar rei de Babilónia, Hamurabi explorou ao máximo a força dos seus exércitos. Ao transmitir informações políticas contraditórias por intermédio dos seus embaixadores, conseguiu confundir os outros monaras e acabou por conquistar toda a Mesopotâmia. É durante o período de paz que se seguiu a estes acontecimentos que Hamurabi promulgou as suas célebres leis. Na antiguidade, o seu código foi o documento legal mais vastamente reconhecido. Foram encontradas cópias destas leis em vários locais, desde Nínive na Assíria até Susa em Elam. Um grande número dessas leis é relativamente semelhante às leis mosaicas da Bíblia. Mas nenhuma é idêntica ao Decálogo. As leis de Moisés e de Hamurabi tratam de casos concretos. Trata-se menos de leis do que de directivas para os juízes. Se alguém cometesse um delito, deveria receber uma punição adequada. Este tipo de leis dá mais relevância à aplicação de punições justas do que à prevenção do mal. No entanto, é evidente que, para evitar as punições, era melhor não cometer o delito. Os Dez Mandamentos da Bíblia são particulares e únicos. Denominamo-los “leis apodícticas”, porque apresentam interdições e avisos claros, e as prescrições mosaicas e outros elementos por uma lado, e outros elementos bíblicos por outro, levaram a conclusões surpreendentes no final do século XIX. Assim, supunha-se que a Bíblia era uma adaptação das leis e das histórias babilónicas. Não há qualquer prova que suporte esta teroria. Seria mais lógico acreditar que ambas provêm de uma fonte comum: a revelação divina à humanidade. Enquanto os patriarcas conservaram as mensagens de Deus na sua forma original, a tradição babilónica deformou-as e adaptou-as às suas próprias necessidades. Seja como for, as semelhanças entre as leis de Moisés e as de Hamurabi ajudam-nos a situar melhor os livros de Moisés no seu contexto histórico. As leis de Moisés enquadram-se perfeitamente no período e no meio e no meio cultural mencionados pela Bíblia.
Detalhe da estela sobre a qual
figura o código de Hamurabi.
A primeira dinastia babilónica substituiu cerca de duzentos anos. Durante esses dois séculos, Babilónia tornou-se o maior centro de civilização na Mesopotâmia. A sua fama foi tal que conseguiu manter a sua reputação de centro da ciência e da cultura durante quase dois mil anos, mesmo quando outras cidades ou outros impérios controlaram a região. Por isso, não é de admirar que Babilónia se tenha tornado um simbolo importante na Bíblia. Babilónia pode não ter sido a cidade mais poderosa de todos os tempos, mas do ponto de vista cultural, foi, certamente, a mais célebre do mundo antigo.

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